Por: Rodrigo Nascimento
A CSM Sport & Entertainment promoveu na última segunda-feira (6) um evento online para discutir os desafios da retomada do automobilismo. O Lights Out: The Return of Motorsport – CSM Webinar apontou tendências na modalidade após as paralisações e adiamentos das competições por causa da pandemia de COVID-19.
O evento online contou com nomes da modalidade, como ex-piloto de Formula 1 Mark Webber, além de outras paricipações de renome no automobilismo como o presidente da Prodrive, David Richards, Mark Preston, chefe da equipe da DS Techeetah, e Aled Rees e Paul Garbett representando a CSM Sport & Entertainment. O painel virtual foi apresentado pela renomada jornalista esportiva Suzi Perry.
Assista na íntegra:
Lights Out: The Return of Motorsport - CSM Webinar from CSM on Vimeo.
“Esse foi um evento importante para a CSM e uma grande oportunidade de reunir a indústria do automobilismo, com quase 500 pessoas registradas entre marcas, equipes e detentores de direitos de transmissão”, declarou Paul Garbett, Diretor da equipe de comunicações da CSM.
“Os últimos meses foram complicados para todos na indústria, portanto o retorno da F1 com as portas fechadas é um primeiro passo significativo no futuro do automobilismo.”
A Chefe de Desenvolvimento de Parceria Comercial da Fórmula 1, Zarah Al-Kudcy, destacou o quanto foi importante inovar e evoluir rapidamente as novas ferramentas de transmissão remota para levar as competições até os fãs.
“Com o desafio vem a oportunidade! Nosso objetivo era tornar nossa operação remota até 2022, mas aceleramos esses planos para entregar uma produção totalmente à distância no GP da Áustria”.
”Foram dois anos de planejamento condensados em dois meses em tecnologia e inovação.”
O Grande Prêmio da Áustria de F1 realizado no último domingo (5) teve destaque no webinar.
“Ter a emoção de ver uma arquibancada cheia antes da corrida começar é algo importante. Adoramos ter essa energia dos fãs que viajam de todos os cantos do mundo para acompanhar nosso esporte. A F1 precisa disso de volta”, destacou o ex-F1 Mark Webber.
Apesar de todos lamentarem a ausência de público, concordaram que no momento é o melhor a ser feito e que os detentores de direitos, parceiros e emissoras precisarão se adaptar a esse novo ambiente para manter os fãs envolvidos.
Mark Webber abordou sua própria experiência de transmissão da corrida de domingo, que não foi do seu lugar habitual no paddock, mas do Museu Silverstone, no Reino Unido.
Zarah Al-Kudcy comentou sobre as mudanças de estratégias entre os patrocinadores e fãs, como a principal parceira da F1, Heineken, que organizou uma experiência de visualização ao vivo em Amsterdã para a corrida de domingo, o qual forneceu “um bom exemplo de como podemos nos adaptar para continuar a atrair os fãs fora da pista”.
O painel também reconheceu a crescente influência que os jogos virtuais tiveram sobre o automobilismo nos últimos meses.
”As corridas de simuladores – que “decolaram” durante as folgas forçadas do automobilismo ao vivo – fornecem um caminho vital para o público automobilístico convencional, além de ser uma oportunidade que deve ser aproveitada no futuro visando o público jovem”, disse David Richards.
Aled Rees forneceu algumas informações valiosas sobre o futuro das parcerias no automobilismo, que ele acredita que serão moldadas pela crescente agenda de sustentabilidade do mundo.
“Os consumidores querem um reconhecimento de que a mudança climática é uma questão séria que precisa ser enfrentada e, como resultado, esperam que os patrocinadores se tornem mais orientados para o propósito em sua abordagem.”
Apropriadamente, o webinar chegou ao fim com uma previsão para 2021, um ano em que há muito o que esperar, incluindo o retorno do Rally Dakar e o lançamento do Extreme E.
Para a Fórmula E, será o primeiro ano no qual terá o status de Campeonato Mundial da FIA, o que foi destacado por Mark Preston, da DS Techeetah.
“Quando nos envolvemos na Fórmula E, ninguém pensou em sobreviver por tanto tempo, então é ótimo ver a categoria com o status de Campeonato Mundial e se colocar no mesmo pedestal da Fórmula 1. Isso é realmente emocionante.”
Essa reflexão sobre onde a Fórmula E chegou desde o seu início auspicioso em 2014 foi talvez o lugar perfeito para encerrar o webinar, fornecendo a todos um lembrete da capacidade infalível do automobilismo de se reinventar, o que provavelmente precisará fazer mais uma vez.
Nas palavras de David Richards, “não podemos ficar parados. Precisamos aceitar que mudanças podem ser necessárias.”