Neste fim de semana tivemos o Festival Interlagos, evento destinado a carros, o mesmo que teve a sua versão duas rodas a quinze dias atrás.

Se não bastassem os relatos de arrastões, furtos e um homicídio nas dependências do autódromo durante a realização do tal Festival para as motos, agora o mesmo Festival para carros trouxe transtorno e desrespeito aos praticantes do kartismo.

No mesmo fim de semana aconteceu a 5ª etapa da Copa São Paulo Light de Kart.

O certame é o maior regional de kart do Brasil, considerado um verdadeiro Campeonato Brasileiro de pontos corridos, com média de mais de 200 pilotos por etapa, levando cerca de 2000 pessoas ao kartódromo.

Acontece que, com as ocorrências policiais acontecidas na edição duas rodas do tal Festival, a Polícia Militar orientou para que a entrada pelo portão 9 (destinada ao kartódromo) seja exclusivamente para quem for ao Festival, obrigando os participantes da Copa SP Light de Kart adentrarem pelo portão U (acesso ao heliponto), aumentando em pelo menos 800 metros a caminhada até os boxes do kartódromo.

Vale lembrar que os equipamentos não ficam no kartódromo, onde as diversas equipes têm que levar todo o seu equipamento da região do heliponto para os boxes, uma vez que o estacionamento do kartódromo já está tomado pelo Festival.

Os pilotos que tiveram que estacionar na rua e ir a pé também com única entrada pelo portão U, carregando todo o seu equipamento e vestuário relataram que foram cobrados, sabe lá por quem valores entre R$50,00 a R$80,00.

Houve relatos de cobranças de R$150,00 para colocar o seu veículo dentro do complexo, entre outras coisas envolvendo falta de organização, diálogo e respeito pelo esporte.

Apesar de todos os esforços da promotora da Copa SP Light de Kart, a Interlagos Motor Clube, em realizar a etapa, já prevista no calendário da Prefeitura desde o fim de 2024, chegou a receber uma solicitação da organização do Festival Interlagos para que CANCELASSEM a etapa.

Em respeito aos participantes do regional paulista de kart, a etapa foi mantida, mesmo com a organização do Festival Interlagos dificultando as ações da Interlagos Motor Clube em realizar um evento a tempos já marcado.

A situação realmente é alarmante e triste em ver um equipamento público, que tem em seus batismos nomes de ídolos do esporte a motor ser tratado com tanto desdém pelas “autoridades”.

José Carlos Pace (nome dado ao autódromo) e Ayrton Senna (nome dado ao kartódromo) devem estar se remexendo em seus respectivos túmulos vendo este descaso e desrespeito com o esporte a motor.

Jornalista responsável: Alex Cronhal     DRT nº 46.219